O Partido dos Trabalhadores (PT) despreza o apoio do prefeito, de Rio Preto, Valdomiro Lopes (PSB) à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República. “O apoio do prefeito (Valdomiro) não acrescenta nada à campanha de Dilma”, disse o ex-vereador e candidato a deputado estadual João Paulo Rillo (PT), que coordena o encontro da ex-ministra da Casa Civil com cerca de 200 líderes regionais, hoje à noite, em Rio Preto.
O PSB, partido do prefeito, integra o grupo de partido que, em nível nacional, apoia a candidatura da petista. No entanto, Valdomiro sequer foi convidado para o encontro com Dilma. O prefeito de Rio Preto ainda não anunciou publicamente quem apoiará na disputa presidencial. Para Rillo, nem será preciso.
“Está claro que ele não vai apoiar a candidatura de Dilma. E só observar o secretariado da Prefeitura. Os principais nomes foram indicados pelo PSDB como, por exemplo, o procurador-geral (Luiz Tavolaro) e a secretária da Fazenda (Mary Brito)”, afirmou o ex-vereador e principal liderança política do PT na cidade.
Rillo enfrentou Valdomiro no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Rio Preto, em 2008. O petista foi derrotado e agora acredita que o prefeito vai retribuir o apoio do então governador José Serra (PSDB), que na reta final da eleição municipal veio a Rio Preto participar de um comício de Valdomiro.
Procurado pela reportagem, o prefeito não quis comentar as declarações de Rillo. Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, Valdomiro disse que não havia sido convidado para o encontro e, por isso, não incluiu o evento em sua agenda de compromissos para hoje.
PMDB
Além do prefeito Valdomiro, se depender do PT, o PMDB, partido que indicou Michel Temer como candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, também não vai caminhar com os petistas em Rio Preto. Rillo afirmou que o comando do PMDB local é “quercista”, em alusão à influência que o ex-governador Orestes Quércia mantém sobre caciques peemedebistas da cidade. “Não vamos buscar aliança com o PMDB local, que está fechado com o PSDB”, disse Rillo.
O presidente do PMDB de Rio Preto, Marcelo Figueiredo, confirmou as declarações do ex-vereador. “Nós sempre seguimos o posicionamento do Quércia. E agora não vai ser diferente”, disse. Até o final da tarde de ontem, Figueiredo também não havia sido convidado para o encontro. No entanto, membros do diretório local do PMDB, simpatizantes à candidatura de Dilma, receberam o convite. Quércia é candidato ao Senado pelo PMDB e vai apoiar a candidatura de Serra à presidente da República.
Edvaldo Santos |
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Figueiredo diz seguir posicionamento de Quércia |
Serra critica omissão petista
O candidato a presidente da República pelo PSDB, José Serra, criticou ontem, em Curitiba, onde deu início à campanha eleitoral, a ausência da candidata do PT, Dilma Rousseff, em debates ou mesmo entrevistas para as quais teria sido convidada no período pré-campanha. “Parece que a candidata Dilma não sabe por que quer ser presidente”, afirmou. “Está chegando a um exagero em matéria de omissão e de não comparação.”
Serra citou como exemplo espaço dado no jornal “O Globo” para que cada candidato dissesse por que queria ser presidente. “Aí soube que ela (Dilma) se recusou”, disse. “Estava a minha, a da Marina (Silva, do PV), que é interessante, e o vazio dela.” De acordo com ele, “isso não é bom para o Brasil, para os eleitores”. O candidato tucano chegou a sugerir que poderiam até ser colocados dentro de uma gaiola de vidro para responder as mesmas perguntas. “Para estimular ela a comparecer”, salientou.
“É uma coisa de comparação, a gente ouvir o que o outro vai falar, eventualmente debater, qualquer coisa que permita as pessoas…a gente aprende comparando”, destacou Serra. “Se não tem debate pode falar qualquer bobagem separadamente e fica por aí.” Segundo ele, a campanha deve “esquentar” aos poucos, particularmente depois dos debates e programas eleitorais. “O que eu quero mesmo é poder debater civilizadamente, responder as mesmas perguntas”, enfatizou.
Multa
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou uma multa de R$ 7,5 mil para o PSDB e outra de R$ 5 mil para o candidato tucano por campanha eleitoral antecipada. A decisão foi tomada pelo ministro Joelson Dias, do TSE, acatando uma representação do Ministério Público Eleitoral contra inserções da campanha presidencial no programa do PSDB na Bahia antes do prazo previsto.
‘Verde’ cria Casa de Marina
Em seu primeiro dia de campanha eleitoral, em São Paulo, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, deixou de lado caminhadas e comícios e optou por inaugurar uma “Casa de Marina”, iniciativa do “Movimento Marina Silva” com o objetivo de transformar casas de eleitores em comitês mobilizadores nos bairros.
A primeira casa é de Adriano Prado Costa Silva, promotor de vendas de 27 anos, que se surpreendeu com a notícia de que receberia Marina e seu vice, Guilherme Leal, em sua casa, em Campo Limpo, extremo sul da capital. Toda a família – sete pessoas moram na casa: ele, o avô, mãe, tio, primo, prima e sobrinho -, além de amigos e outros parentes, se reuniu para receber a candidata, que chegou às 15h30. A escolha da casa de Adriano foi uma indicação da advogada Marcela Moraes, 29 anos, integrante do “Movimento Marina Silva”. “Adriano é super engajado e empolgado. Ele tem muita vontade de participar”, disse.
Na casa, o avô, Manoel Gonçalves Prado, de 84 anos, cantou um trecho da música, “Marina” de Dorival Caymmi. Ele adaptou os versos “Marina, morena, Marina, você se pintou”, uma vez que a candidata, alérgica, não usa maquiagem. “Marina você não se pintou”, disse Manoel. Ao que Marina respondeu, descontraída: “Até porque estou feliz com a beleza que Deus me deu.” Manoel, que não tem mais a obrigação de votar, disse que fará questão de votar em Marina.
Ao lado das crianças da família e com Catarina, de um mês, no colo, Marina disse não haver metas para a inauguração de casas como essa. “Se nós colocarmos uma meta, vamos reduzir o processo e vai deixar de ser um movimento da sociedade. Queremos que a coisa seja autêntica”, disse ela. “Temos metas em relação ao PV, à quantidade de cidades que eu gostaria de visitar, mas a sociedade, espontaneamente, se Deus quiser, vai extrapolar qualquer meta que nós fôssemos capazes de colocar.” |