Archive for the ‘AQUICULTURA E PESCA’ Category

Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste. O nível dos açudes está baixo, sendo que alguns já secaram. Plantações se perderam. Quem tem cisterna ou reservatório na propriedade está conseguindo garantir qualidade de vida para a família e as criações.

Dilma Rousseff tem reunião, nesta segunda (23), com governadores do Nordeste e deve tratar da seca e de medidas que serão tomadas pelo governo federal para ajudar a mitigar seus efeitos.

Tempos atrás, durante outra estiagem, fiz um ping-pong curto com João Suassuna, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Ele é um dos maiores especialistas na questão hídrica nordestina. Entrei em contato com ele de novo e refiz as perguntas. Pouco mudou.

Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a região possui uma grande quantidade de água, suficiente para abastecer sua gente. Segundo Suassuna, o problema não é de falta de recursos naturais, mas de sua distribuição.

Falta água no Nordeste?
O Nordeste brasileiro é detentor do maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metro cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes, para ao atendimento de suas necessidades básicas.

O que é o projeto de transposição do São Francisco?
O projeto do governo, remanescente de uma idéia que surgiu na época do Império, visa ao abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste Setentrional, com as águas do rio São Francisco. Ele foi idealizado para retirar as águas do rio através de dois eixos (Norte e Leste), abastecer as principais represas nordestinas e, a partir delas, as populações. Hoje, as obras estão praticamente paralisadas, com alguns trechos dos canais se estragando com o tempo, apresentando rachaduras.

Então ele é a saída para essa distribuição?
O projeto é desnecessário tendo em vista os volumes d´água existentes nas principais represas nordestinas. Da forma como o projeto foi concebido e apresentado à sociedade, com o dimensionamento dos faraônicos canais, fica clara a intenção das autoridades: será para o benefício do grande capital, principalmente os irrigantes, carcinicultores [criadores de camarão], industriais e empreiteiras.

Então, há outras alternativas para matar a sede e desenvolver a região?
A solução do abastecimento urbano foi anunciada pelo próprio governo federal, através da Agência Nacional de Águas (ANA), ao editar, em dezembro de 2006, o Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano de água. Nesse trabalho é possível, com menos da metade dos recursos previstos na transposição, o beneficio de um número bem maior de pessoas. Ou seja, os projetos apontados pelo Atlas, com custo de cerca de R$ 3,6 bilhões, têm a real possibilidade de beneficiar 34 milhões de pessoas, em municípios com mais de 5.000 habitantes.

O meio rural, principalmente para o abastecimento das populações difusas – aquelas mais carentes em termos de acesso à água, poderá se valer das tecnologias que estão sendo difundidas pela ASA (Articulação do Semiárido), através do uso de cisternas rurais, barragens subterrâneas, barreiros, trincheiras, programa duas águas e uma terra, mandalas etc.

Enquanto isso, o orçamento do projeto de Transposição não pára de crescer. No governo Sarney, ele foi dimensionado com um único eixo e tinha um orçamento estimado em cerca de R$ 2,5 bilhões. Na gestão Fernando Henrique, ganhou mais um eixo e o orçamento pulou para R$ 4,5 bilhões. No governo Lula, saltou para R$ 6,6 bilhões. E, agora, no governo Dilma, chegou na casa dos R$ 8,3 bilhões. Como se trata de um projeto de médio a longo prazo, essa conta chegará facilmente à cifra dos R$ 20 bilhões nos próximos 25 a 30 anos.

Notas do blog:

– O governo Dilma mudou a política de apoio à construção de cisternas que vinha sendo tocada pela ASA através do projeto “Um Milhão de Cisternas para o Semiárido”. Para acelerar a produção de cisternas (gigantes caixas d’água que guardam a água da chuva), as placas de cimento foram trocadas por pré-moldados de polietileno – que podem deformar com o calor, custam mais que o dobro que os feitos com a matéria-prima anterior, não utilizam mão-de-obra local na sua confecção (não gerando renda) e tem manutenção mais complexa do que se fossem feitos de alvenaria. As organizações sociais criticaram a tomada de decisão centralizada, sem questionar quem vem executando e se beneficiando da política pública na base.

– No ano passado, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União constataram um desvio de R$ 312 milhões em verbas do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que poderiam estar sendo utilizadas para diminuir o impacto da estiagem deste ano.

Como disse, o problema não é de falta e sim de distribuição. De água, de decisões, de recursos. Enfim, de cidadania.

Com a certeza de que há muito trabalho pela frente para barrar o processo de privatização da água, os participantes encerraram o Seminário Internacional: Panorama político sobre estratégias de privatização da água na América Latina. Realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos dias 20 e 21 de julho, o seminário contou com a participação 120 de representantes de 50 entidades vindas de 13 países.

Nos dois dias do seminário, os participantes estudaram as estratégias capitalistas para o domínio da água e discutiram sobre a resistência dos povos em defesa da água como um direito humano. Uma constatação geral foi que o objetivo do capital é transformar a água numa mercadoria internacional para gerar lucro e acumulação privada ao capital. Esse processo se dá tanto pela apropriação das reservas estratégicas de águas superficiais e subterrâneas quanto pela privatização dos serviços de água.

Entre as denúncias feitas está a de que as grandes empresas buscam institucionalizar seu modelo e interesses dentro do Estado através de um conjunto de regras e normas, que posteriormente transformam-se em leis, acordos e tratados, em que o povo passa ser submetido e obrigado a segui-los, como se fossem de seus interesses.

Segundo Gilberto Cervinski, da coordenação do MAB, existe um movimento intenso de apropriação da água no saneamento, na geração de hidroeletricidade, no agro e hidronegócio, nos processos industriais e mineração, nas transposições de rios, nas concessões dos rios e lagos, na apropriação e comercialização das reservas de águas minerais. Entre os principais interessados neste processo estão grandes corporações, como Nestlé, Suez, Coca-Cola, Vivendi, Odebrecht, Camargo Correa, entre outras.

Para Gilberto, esse movimento do capital se legitima também pelo discurso da escassez e das secas e desastres ambientais. “Esse discurso ideológico usado pelas grandes empresas e pelos meios de comunicação tem sido instrumentos de ameaça, chantagem e convencimento para impor seus interesses sobre os povos. Inclusive, para estabelecer um novo conceito à água, que passa ter valor de mercado, tal como propôs a Nestlé de transformar a água em commodities, onde seu preço seria definido na bolsa de valores”, disse.

Os participantes latino-americanos e africanos trouxeram o relato de que experiências de privatização da água mostraram-se desastrosas, ineficientes e altamente prejudiciais aos povos de seus países. Altas tarifas, zonas de exclusão, baixa qualidade dos serviços e da água, interferência na produção de alimentos e contaminação das águas por venenos e resíduos industriais são os principais problemas enfrentados pela população. Países e regiões que viveram a experiência de privatização estão revertendo os processos para controle público.

Ao final do seminário foi elaborada uma síntese com as constatações sobre o atual momento político, sobre as estratégias do capital para apropriar-se da água e com os principais desafios da classe trabalhadora. Entre os principais desafios está o de enfrentar e derrotar todos os processos e tentativas de privatização da água e reverter os processos já privatizados.

Outro desafio enfatizado é o de apostar em processos unificados de luta dos povos para criar e ampliar a força social, em nossos países e a nível internacional, priorizando as lutas de massa, o trabalho de base, a unidade operária e camponesa, a formação política e a organização do povo. Além de realizar ações de forma articulada, de caráter nacional e internacional, visando laços de unidade e a integração solidária entre os movimentos, sindicatos, bairros, comunidades, igrejas e entidades.

Publicado originalmente em MAB

A Frente Parlamentar da Assistência Técnica e Extensão Rural se reúne hoje para debater suas diretrizes de trabalho. A frente foi criada para apoiar o serviço público de assistência técnica e extensão rural e elaborar um projeto de lei que regulamente a carreira profissional do extensionista rural. O coordenador da frente é o deputado Zé Silva (PDT-MG).

Foram convidados:
– o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins;
– o presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Júlio Zoé;
– coordenador de assistência técnica da Secretaria de Infraestrutura e Fomento do
Ministério da Pesca e Aquicultura, Alexandre Giehl;
– o coordenador geral da Federação Nacional dos Trabalhadores de Assistência Técnica e do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser), Álvaro Simon;

A reunião está prevista para as 10 horas, no Plenário 3.

Da Redação/PT

A eleição de José Graziano da Silva para a direção da FAO expressa o reconhecimento internacional das políticas de combate à fome e à pobreza implementadas no Brasil nos últimos anos. Para além da inspiração, essas políticas podem levar o debate sobre a produção de alimentos e o combate à fome no mundo para um novo patamar, especialmente no âmbito da OMC. Essa é a avaliação dos ex-ministros do governo Lula, Celso Amorim (Relações Exteriores) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), e do atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ouvidos pela Carta Maior a respeito do significado e das possibilidades abertas a partir da vitória de Graziano.

Marco Aurélio Weissheimer

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, o significado da eleição de José Graziano da Silva para a direção-geral da FAO deve ser avaliado em uma conjuntura de longa duração. Um dos elementos dessa conjuntura é a reunião do G-20 agrícola, realizada semana passada, em Paris. Florence e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, representaram o governo brasileiro neste encontro que reuniu ministros da agricultura do G-20, grupo que reúne os países ricos e as principais economias emergentes. O documento final do encontro, destaca o titular do MDA, coloca a FAO em um novo patamar estratégico na luta contra fome no mundo. Os países do G-20 concordaram em aumentar a produção agrícola para atender à crescente demanda mundial.

O combate à pobreza extrema faz parte deste cenário mais amplo, afirmou Florence, direto de Roma, em entrevista concedida por telefone à Carta Maior. E é este cenário desafiador que aguardar o novo diretor-geral da FAO. Ao falar sobre o resultado da eleição, o ministro do Desenvolvimento Agrário destacou, além do currículo e da qualificação individual de Graziano, o trabalho da diplomacia brasileira, do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma Rousseff. “A vitória expressa o reconhecimento pelo trabalho que o Brasil vem desenvolvendo na luta contra a fome, principalmente junto aos países do hemisfério Sul que depositam uma grande expectativa nos programas sociais do governo brasileiro”.

Ao mesmo tempo que sinaliza esse reconhecimento, a eleição de Graziano aumenta a responsabilidade do Brasil nesta luta contra a fome e a pobreza no mundo. O país, admitiu o titular do MDA, já exerce uma liderança mundial nesta luta, com uma crescente expectativa sobre políticas sociais que vem sendo implementadas nos últimos anos, como os programas de incentivo à agricultura familiar e o Bolsa Família. “Sem dúvida, a nossa responsabilidade aumentará e o nosso protagonismo no cenário internacional também tende a aumentar. Há uma demanda interna crescente de ações da FAO, especialmente nos países mais pobres, e o Brasil tem um papel importante a desempenhar para ajudar a atender essa demanda”, observou Afonso Florence.

“Brasil colocou a questão da fome no cenário mundial”
“Um grande êxito”. Com essas palavras, o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, resumiu o significado da eleição de Graziano para a direção-geral da FAO. “Essa vitória tem um significado especial”, acrescentou. “É o reconhecimento de que o Brasil colocou a questão da fome no cenário mundial e indica que o país seguirá central neste tema”. Celso Amorim salientou ainda que Graziano enfrentou candidatos muito fortes na disputa. Além do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos (superado pelo brasileiro no segundo turno por apenas quatro votos), havia ainda o candidato da Indonésia, Indroyono Soesilo, que contava com o apoio dos países islâmicos. “Foi uma vitória de peso em um tema que é central para nós”, enfatizou. “Estão de parabéns José Graziano, a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula, o ministro Antônio Patriota, a diplomacia brasileira e todos os ministros que trabalharam por essa vitória”.

Amorim lembrou que, desde Josué de Castro, o Brasil não ocupava um posto desta importância na FAO. O autor de “Geografia da Fome” foi presidente do Conselho da FAO entre 1952 e 1956. Ele parabenizou o governo Dilma, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e também o ex-presidente Lula pela implementação das políticas públicas que colocaram o Brasil na agenda mundial do combate à fome. A eleição de Graziano agora, acrescentou Amorim, envia também a mensagem de que combater a fome é algo fundamental. “As pessoas vão querer saber mais sobre o que foi feito e sobre o que está sendo feito no Brasil nesta área. O Brasil mostrou que é possível ter crescimento econômico e combate à fome andando juntos”.

Retirar os alimentos da agenda da financeirização
O ex-chanceler brasileiro também destacou o fato de que a presença de Graziano na FAO pode reforçar a posição do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e abrir novos espaços políticos. A agricultura está hoje no centro das negociações comerciais da OMC. Essa mesma possibilidade foi destacada por Miguel Rossetto, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e atual presidente da Petrobras Biocombustível. “A FAO é a maior organização da ONU em termos de orçamento e estrutura e tem, portanto, uma grande capacidade de oferecer uma agenda positiva e incidir no debate sobre a produção de alimento para além dos limites impostos hoje na OMC. A FAO pode reposicionar essa agenda a partir do direito dos povos, retirando-a da agenda da financeirização. O que predomina hoje é um padrão de especulação com os alimentos, o que significa uma especulação com a vida”.

A vitória de Graziano, acrescentou Rossetto, significa o reconhecimento de grande parte dos países do mundo da liderança que o Brasil passou a exercer nos programas de combate à fome. “Graziano liderou o Fome Zero e começou a implementar um marco institucional para esses programas, criando leis, políticas e instâncias. Graças a esse trabalho, o Brasil está preparado hoje para fazer avançar o combate à miséria”, disse o ex-ministro do MDA citando como exemplos de um novo Brasil os programas de fortalecimento da agricultura familiar, de aquisição de alimentos, a Conferência Mundial da FAO, realizada em 2006, em Porto Alegre, e o amplo conjunto de políticas implementadas pelo MDA, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e por outros ministérios.

Fotos: http://www.expointer.rs.gov.br

 

• Entre o novo e o velho mundo: reação e contra reação hegemônica : Os Estados Unidos enfrentam gradual perda de espaços estratégicos, proporcionais a sua crise e à vitalidade das “novas nações”. Mesmo que lenta, e até negada pelos que discordam das hipóteses do declínio, esta redução de projeção e de eficiência é concreta, caracterizada por um avanço gradual das nações emergentes em alianças de geometria variável, organizações internacionais governamentais e em zonas de influência tradicionais do ocidente com a América Latina e África. O artigo é de Cristina Soreanu Pecequilo.

• Graziano venceu ‘golpes baixos’ do candidato espanhol, diz Itamaraty : Na acirrada eleição pelo comando da FAO, ministério das Relações Exteriores acredita ter vencido ‘golpes baixos’ do rival espanhol, Miguel Ángel Moratinos, contra José Graziano da Silva. Adversário espalhou que brasileiro era candidato de Lula, mas não de Dilma Rousseff, usou ‘prestígio’ da realeza espanhola e tentou ‘intimidar’ países menores, segundo porta-voz do Itamaraty. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Tovar da Silva Nunes revela detalhes da vitoriosa campanha de Graziano.

27/06/2011

• Designado por Dilma, Lula chefiará missão na África esta semana : Indicado por decreto da presidenta Dilma Rousseff, ex-presidente Lula vai chefiar a partir desta terça-feira (28/06) missão especial brasileira que acompanhará Assembléia Geral da União Africana. No encontro, que acontece na Guiné Equatorial até sexta-feira, africanos vão discutir a participação da juventude no desenvolvimento sustentável.

• Luta contra a fome pode ganhar novo patamar estratégico : A eleição de José Graziano da Silva para a direção da FAO expressa o reconhecimento internacional das políticas de combate à fome e à pobreza implementadas no Brasil nos últimos anos. Para além da inspiração, essas políticas podem levar o debate sobre a produção de alimentos e o combate à fome no mundo para um novo patamar, especialmente no âmbito da OMC. Essa é a avaliação dos ex-ministros do governo Lula, Celso Amorim (Relações Exteriores) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), e do atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ouvidos pela Carta Maior a respeito do significado e das possibilidades abertas a partir da vitória de Graziano.

26/06/2011

• A FAO e a importância da eleição de Graziano : Além da notoriedade acadêmica e do desempenho técnico de José Graziano, sua candidatura tem recebido numerosas adesões em decorrência do seu papel no primeiro mandato do Presidente Lula, quando arquitetou e liderou a implantação da estratégia de combate à fome. Como Ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, coordenou a montagem de uma das mais importantes políticas públicas da história do Brasil, a política de segurança alimentar a partir do Programa Fome Zero, que levou nosso país aos monumentais resultados de redução da fome registrados pelo IBGE. O artigo é de Afonso Florence.

• FAO reconheceu papel de Graziano e do Brasil contra fome, diz Dilma : Em nota oficial sobre eleição de José Graziano da Silva para comandar a FAO, presidenta Dilma Rousseff afirma que vitória foi um reconhecimento da contribuição dele nas ações do governo de combate à fome e do esforço brasileiro para inserir o tema na agenda internacional.

“Eu espero que ele resulte na aprovação de algo que, se não contenta a todos, pelo menos resolve os problemas da maioria”, afirmou Rebelo.

Por Iolando Lourenço, Agencia Brasil
Terça-feira, 3 de maio de 2011

O relatório final sobre o Código Florestal apresentado na segunda-feira 2 pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresenta alguns recuos em relação à proposta anterior sobre a delimitação das áreas de Preservação Permanente (APPs). Rebelo queria que ela ficasse em 15 metros de largura para as faixas marginais de cursos de água de menos de 10 metros, mas cedeu e colocou em seu relatório 30 metros como desejam os ambientalistas. Com isso, a delimitação de áreas para as margens de córregos e rios varia de 30 metros a 500 metros, de acordo com a largura do curso d’água.

O relator também incluiu em seu parecer que os produtores rurais poderão fazer sua reserva legal fora do estado onde está a propriedade, desde que no mesmo bioma, além de também possibilitar a reserva legal coletiva. Ele define, em seu parecer, que no topo de morros, montes, montanhas e serras com altura mínima de 100 metros e, ainda, em altitude superior a 1.800 metros serão admitidas culturas lenhosas perenes, atividades florestais e pastoreio extensivo, desde que não ocorra supressão da vegetação nativa.

Na regularização ambiental em área de preservação permanente, Rebelo também incluiu em seu parecer que, no caso de áreas rurais consolidadas localizadas em áreas de preservação permanente nas margens de cursos d’água até 10 metros de largura , será admitida a manutenção das atividades agrossilvopastoris desenvolvidas, desde que seja recuperada uma faixa de 15 metros contados da calha do leito regular do rio, e que sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e da água.

“A proposta para todos os agricultores é que eles poderão compensar a reserva legal que não tem de várias maneiras para se regularizarem. Poderão computar reserva legal e APP”, disse. “Os pequenos agricultores de até 4 módulos fiscais declararão como reserva legal aquela existente em sua propriedade até 2008. Terão obrigação da área de preservação permanente, mas não serão obrigados a recompor a reserva legal que não tenham na propriedade subtraindo espaço da sua sobrevivência”, completou.

Aldo Rebelo disse, ainda, ter a esperança de que o governo compreenda a sua proposta em relação aos pequenos proprietários. “Se resolvemos o problema dos médios e grandes agricultores, porque é que não vamos ajudar a resolver o problema dos pequenos agricultores”.

Segundo o relator, o esforço feito para a elaboração do parecer foi para atender os agricultores e a proteção do meio ambiente. “Eu espero que ele resulte na aprovação de algo que, se não contenta a todos, pelo menos resolve os problemas da maioria”. De acordo com Rebelo, o mais importante é aprovar uma nova legislação que atenda os interesses da maioria, “que possa ajudar o país a produzir alimentos e proteger o meio ambiente”.

A Estância Turística de Santa Fé do Sul foi palco no último final de semana (10, 11 e 12), do maior evento de aqüicultura e pesca da região: o II Aquishow, III Seminário de Piscicultura do Noroeste Paulista e IV Enpap. As atividades – como palestras, exposição de produtos, espaço empresarial, entre outras – aconteceram no Complexo Turístico, Cultural e Histórico Roberto Rollemberg.

O prefeito Toninho Favaleça disse que o evento já se consolidou, assim como a atividade da piscicultura. “Nossa região conta hoje com quatro mil tanques-rede, com produção mensal de 1500 toneladas, o que gera 400 empregos diretos. Temos na região duas fábricas de ração e dois frigoríficos de peixe. Participando do evento tivemos 18 empresas e mais de 300 pessoas. Cada vez mais queremos fortalecer a piscicultura e transformar nossa região em uma grande produtora de peixes em tanques-rede. A Aquishow veio somar e engrandecer todo esse trabalho em prol da piscicultura”.
O secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente e organizador do evento, Ademir Maschio, disse que “A Aquishow é um evento que veio para ficar. Os municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento da Piscicultura (Cimdespi) têm feito um grande trabalho para que nossa região se torne cada vez mais forte no ramo e a Aquishow vem consolidar esse trabalho, reunindo no mesmo espaço criadores, empresas, estudantes e interessados na área”.
Nos três dias de evento a aquicultura e a piscicultura – práticas de manejo, espécies alternativas, licenciamento ambiental, mecanização na maricultura, panorama da piscicultura, qualidade do pescado, sanidade e sustentabilidade, tecnologias, entre outros – foram tema das palestras. Nos stands, empresas expuseram produtos variados como rações, material para tanques-rede e produtos feitos com couro de peixe.
Em parceria com o Sebrae, a Aquishow trouxe o Encontro de Relacionamentos e Negócios, onde empresas e compradores reuniram-se para a realização de negócios. No mesmo dia aconteceu o IV Encontro Nacional de Piscicultores em Águas Públicas (Enpap), onde foi feita a assembléia geral que indicou uma chapa, eleita por unanimidade, da Associação Nacional de Piscicultores em Águas Públicas (Anpap). O presidente eleito foi Antônio Carlos Lopes Amaral. Outra decisão foi a mudança do nome da associação, que passa a se chamar Associação Nacional dos Piscicultores (Anp).
No último dia foi apresentada a Carta de Santa Fé, que estabelece metas para o setor no biênio. Questões como organização setorial e união de todos os elos da cadeia; unificação e facilitação das licenças ambientais, regularização da atividade de piscicultura, formalização de protocolo de biossegurança nacional e a regulamentação do seguro aquícola, são algumas das 12 diretivas da carta.
Uma das inovações do evento para o setor foi o 1º Torneio Tilápia de Ouro, que visou aproximar os produtores da região do evento. Todos os produtores da região receberam em setembro um tanque-rede com 50 alevinos que foram pesados quinzenalmente. No dia 8 de novembro foi feita a última pesagem. O exemplar com a maior biomassa foi o da Cooperativa de Rubinéia, com 30,634 Kg. O segundo foi do produtor José Pereira, o Beião, com 30,462 Kg. O terceiro lugar ficou com o grupo Âmbar Amaral, com o exemplar de 30,402.
Na categoria melhor exemplar, o primeiro lugar ficou com o grupo Âmbar Amaral, com exemplar de 988 gramas. O segundo ficou com a Cooperativa de Rubinéia, com exemplar de 936 gramas e o terceiro lugar com José Pereira, com exemplar de 918 gramas.
Outra novidade do evento – esta visando proporcionar diversão – foi a 1ª Pega do Bagre, que teve 16 participantes. O desafio era pegar o peixe, dentro de uma piscina rasa, com as mãos. Quem conseguisse a proeza, levava o bagre.
Para Ademir, o evento foi um sucesso. “Conseguimos atingir o objetivo que era reunir toda a cadeia produtiva do pescado. Santa Fé demonstrou que está na frente na questão da aqüicultura e cada vez mais nos tornamos referência nacional na produção de peixe em tanque rede ”.

Há cerca de sete anos, o camarão era o principal produto da pauta de exportações do Estado. Hoje, a realidade é outra. Os produtores estão mudando o foco e produzindo principalmente para atender ao mercado interno. O alto custo da produção aliado à   queda do dólar e à conjuntura econômica desfavorável fizeram com que o volume exportado caísse significativamente.

DivulgaçãoHá cerca de oito anos, o camarão produzido no Rio Grande do Norte abastecia basicamente a Europa. Hoje os principais compradores são os Estados do Sul e SudesteHá cerca de oito anos, o camarão produzido no Rio Grande do Norte abastecia basicamente a Europa. Hoje os principais compradores são os Estados do Sul e Sudeste

A pauta de exportações do Estado e as mudanças pelas quais o setor exportador como um todo vem passando serão alvo das discussões da segunda edição do ano do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, uma realização da TRIBUNA DO NORTE, Fiern, Fecomércio/RN e RG Salamanca Investimentos, com patrocínio do Banco do Brasil, Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern). O tema escolhido é o “Setor Exportador: Agronegócio e Pesca” e o evento será realizado no próximo dia 22, no auditório Albano Franco, na Casa da Indústria, a partir das 8h.

Uma das palestras, ministrada pelo diretor-presidente da Camanor, Werner Jost, tratará do futuro da carcinicultura no Estado já que a crise na atividade atingiu em cheio boa parte dos produtores.

Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha, a recuperação do mercado externo é uma possibilidade remota, embora a produção do crustáceo esteja crescendo. “O foco agora é o mercado interno”, diz. A expectativa dos carcinicultores é produzir de 75 mil a 80 mil toneladas este ano, no ano passado foram 65 mil toneladas, no país.  

Mas apesar desse crescimento na produção, isso não quer dizer que os níveis de exportação devam acompanhar. “Não há perspectiva de retomada das exportações agora. Não vejo mudanças a curto prazo porque não há nenhuma reação na questão do câmbio”, afirma Itamar Rocha. E complementa afirmando que, hoje, o mercado interno é tão atrativo quanto o externo já foi há alguns anos. “A demanda por camarão no mercado interno é crescente. Tanto é que estamos observando que produtores internacionais interessados em entrar no mercado nacional”, diz.

Produção

O crescimento no volume de camarão produzido é uma realidade. No âmbito estadual, a queda do ICMS, a partir de 2008, foi importante para impulsionar a produção para o mercado interno. Em 2003, a produção destinada ao mercado interno girava em torno de 25 mil toneladas. Este ano a expectativa do setor é  comercializar 75 mil toneladas, um salto significativo em um período de sete anos.

“Antes tínhamos 20, 25 empresas que exportavam e mil produzindo. Agora tenho 1.200 produzindo e essas 1.200 são vendedoras. O empresário está mais próximo do consumidor brasileiro do que estavam dos americanos e europeus. Isso ajudou muito na penetração do nosso produto”, afirma Itamar Rocha. Ele acredita que o Brasil tem condições de consumir internamente 300 mil toneladas de camarão ao ano.

Produtores querem incentivos para retomar exportações

A retomada da exportação de camarão é uma possibilidade remota, mas que ainda existe. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha,  para que isso pudesse se efetivar seria necessário que, além do câmbio favorável, o governo concedesse incentivos para os produtores.

Segundo cálculos da ABCC, a diferença entre produzir um quilo de camarão no Brasil e no Equador é que, no país vizinho, o custo é 1 dólar menor. “Não estou falando da China nem do Vietnã, mas de um país da América do Sul. Então, se nos fosse disponibilizado algum incentivo equivalente a um dólar, garanto que nós íamos recuperar a exportação”, disse Itamar Rocha.

Ele frisa que os produtores não estão falando em subsídios e sim em compensação financeira. “Nós estamos pedindo ao governo um dólar por quilo de camarão exportado, que é algo muito mais baixo que o governo já dá para os pescadores no subsídio do óleo diesel, por exemplo”. No próximo mês, Itamar Rocha deve ir a Brasília para uma audiência conjunta com os ministros da Pesca, Altemir Gregolin, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, para discutir o apoio governamental à carcinicultura.

O incentivo seria, principalmente, para compensar a questão cambial – que é um dos principais empecilhos para a retomada da exportação do crustáceo. Com o custo de produção alto e o dólar em baixa, exportar já não é um negócio tão lucrativo. “Para se ter uma ideia, entre 2002 e 2004 um dólar valia cerca de R$ 3,00. Hoje, seis anos depois, com o aumento dos salários, encargos, energia e combustíveis, o valor do dólar é R$ 1,65. A atividade fica praticamente inviável”, avalia Itamar Rocha. 

O presidente da ABCC lembra ainda que questões climáticas também podem influenciar na retomada das exportações. Com o tsunami ocorrido na Indonésia há alguns dias, há perspectivas de que a produção asiática seja prejudicada e o mercado europeu deve procurar outros fornecedores.

Curiosidade

O consumo de camarão pelo brasileiro hoje está na faixa das 500 gramas (meio quilo) por pessoa por ano, enquanto o consumo de carne vermelha no ano passado foi de 52 quilos/pessoa. Se compararmos o preço do quilo de camarão, no produtor, com o valor do quilo da carne vermelha, o camarão é igual, ou mais barato, e se trata de um produto nobre.

Outro dado interessante: enquanto no brasil se consome 500 gramas de camarão por pessoa ao ano, na China esse número é o dobro: 1 kg quilo. O México consome 1,6 kg de camarão por cada habitante ao ano, os Estados Unidos consomem 2,4 kg, e a Espanha pouco mais de 3 kg

Resposta do Ministério da Pesca às mentiras publicadas pela revista Veja 15 junho 2010 Sem Comentários Mais uma vez a revista fascista e golpista Veja, do grupo Abril, dispara suas mentiras; desta vez contra o Ministério da Pesca e Aquicultura. A seguir reproduzimos a nota do Ministério em resposta a mais esse exemplo de mau jornalismo. Sobre a matéria “Três homens e alguns segredos”, veiculada na edição nº 2169, com data de 16 de junho de 2010, o Ministério da Pesca e Aquicultura tem a esclarecer: 1) O Ministério não fez nenhum processo licitatório que resultasse na contratação da empresa Dialog. 2) Os serviços prestados pela Dialog foram a partir de adesão de ata de um processo licitatório do Ministério das Cidades. 3) A revista Veja erra ao afirmar que o “Ministério queria destinar R$ 94 milhões à Dialog” como pagamento de serviços por meio de um edital de licitação. O referido edital foi cancelado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e não por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) conforme consta da reportagem. Portanto, não houve concorrência e nem vencedores. 4) O MPA também considera graves as afirmações de que o edital citado na matéria seria uma “tramoia” e estaria dirigido à Dialog. A revista Veja desconhece completamente a verdade sobre este processo, até porque jamais procurou este Ministério para apurar suas “suposições”, como manda o jornalismo correto, isento e bem feito por qualquer veículo de informação. 5) Cabe esclarecer ainda sobre o edital, cancelado em 2009 pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, que foi publicado na modalidade registro de preços e, como o próprio nome indica, seria uma referência para possíveis contratações de serviços, não significando que esses valores fossem gastos integralmente, mesmo porque o limite de gastos com eventos previstos no orçamento de 2009 foi de R$ 15 milhões. Qualquer um que tenha o mínimo conhecimento dos processos de compras públicas sabe disso. 6) Neste edital, e em nenhum outro, constou cafezinho para servir aos funcionários e visitantes do MPA. Os valores divulgados na reportagem, e que a revista Veja confundiu ou citou propositalmente de forma errada, refere-se ao aluguel de uma máquina de café no valor de R$ 352,22 que seria usada exclusivamente em eventos para preparação de mil cafés por dia, o que daria uma média de R$ 0,35 por xícara. Brasília, 14 de junho de 2010 Assessoria de Comunicação do Ministério da Pesca e Aquicultura Sheila Oliveira Assessora de Comunicação Ministério da Pesca e Aquicultura sheila.oliveira@mpa.gov.br tel+ 55 61 3218 3809 | fax+ 55 61 3218 3816

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