Archive for the ‘CURIOSIDADES’ Category

 

 

A “crise” da Petrobras, que insistentemente tem sido propagandeada pela mídia, é real? É apenas uma jogada de negócios.

 

Esta semana, a empresa apresentou resultados extraordinários, que pouca repercussão tiveram na imprensa.

 

A produção de petróleo cresceu 4,2%, recuperando a redução provocada, no mês anterior, por paradas de manutenção em algumas plataformas, um processo que não terminou e que é vital para a segurança operacional dos campos.

 

O pré-sal bateu recorde de produção, com 311 mil barris diários. E que logo irá cair também, com a entrada em operação plena do navio Cidade de Paraty, este da foto,que vai interligar e colocar em produção os poços do campo de Lula Nordeste, que progressivamente atingirá 120 mil barris diários de petróleo. Mais 11 novas plataformas entrarão em operação para a produção do pré-sal até o fim de 2016 e a produção de petróleo operada pela Petrobras na camada pré-sal,em 2017, passará de um milhão de barris de petróleo diários.

 

E o refino, que depende de forma vital da conclusão do Comperj,  em Itaboraí, e da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, também atingiu recorde, com 2,17 mil barris/dia processados, sem aumento nas plantas de produção.

 

O discurso entreguista, que não funcionou em relação ao petróleo em 60 anos, agora apela para uma suposta “partidarização” da Petrobras, que a estaria tornando ineficiente.

 

Mas ineficiente em que, diante de seus resultados?

 

O jogo é outro, e visa enfraquecer o controle brasileiro sobre o pré-sal.

 

Que está garantido, como já se demonstrou aqui.

 

E que representa uma galinha dos ovos de ouro em que todos querem botar a mão.

 

 

 

Por: Fernando Brito no blog tujolaço

 

 

 

Nos dias que antecederam e nos que se seguiram ao domingo do evento “Existe Amor em SP”, ocorrido na praça Roosevelt, centro da capital paulista, muita gente discutiu na internet o significado daquilo. Um ato de campanha travestido? Uma conjunto de shows organizados como forma de protesto? Uma declaração política sobre a cidade que queremos?

As pessoas estão retomando, ao poucos, o espaço público para demonstrar o seu descontentamento – seja na maior cidade do país, seja no interior do país. Alguns representantes do poder público (municipal, estadual, federal) ainda acham que tudo é apenas mobilização político-partidária e, com isso, perdem a chance de dialogar com esses processos. O fato é que essa reconquista traz uma lufada de esperança para a busca de novas respostas a fim de que possamos, coletivamente, garantir qualidade de vida.

Sabemos o quanto é mais fácil desconstruir através da internet em detrimento a construir. As trocas são intensas, mas nem sempre são profundas. O capital desumaniza. Como diria um jovem de Acailândia, interior do Maranhão, que visitou São Paulo, “aqui você aprende a não ver muita coisa”. A cultura da solidariedade na cidade é pouca. Ações, como a de domingo, ajudam a conectar pessoas, não apenas pessoas das mesmas classes sociais, mas gerar o reconhecimento do outro como um semelhante. Talvez essa nova geração, auxiliada pela tecnologia, faça a diferença na forma que os que vieram antes ainda não conseguiram fazer.

Uma das pessoas que travou um dos mais interessantes debates na rede foi o advogado e professor Rodrigo Salgado. Pedi para que ele traduzisse a discussão na forma de um texto para este blog , que reproduzo a seguir. Você pode concordar ou discordar, não importa. O importante é sair para debater.

Sobre o amor e praças públicas 

Confesso que sempre tive um pé atrás com os movimentos hashtags. E por vários motivos. Um deles é que, em alguns casos, são atos políticos que buscam um apartidarismo belicoso, com pessoas que costumam ter “nojinho” da política. Gente que quer mudar o mundo com luva de pelica, que não quer enfiar as mãos.

Mesmo assim, decidi ir à Praça Roosevelt no último domingo ver o “#ExisteAmorEm SP”. Como gosto do último disco do Criolo, pensei que na pior das hipóteses teria um show gratuito. Entretanto, o que vi me surpreendeu, e positivamente.

O que pude perceber nos participantes – bem mais que os 2 mil noticiados por jornais – é que são, em boa parte, as mesmas pessoas que têm participado das ocupações de espaços públicos no centro (como os eventos no minhocão). Essencialmente, o ato foi composto por setores da classe média paulistana que frequentam a região central da cidade. Seu “núcleo duro” é composto por pessoas da classe média “média”, com franjas nas classes “C+” e “B+”. De fato se tratou de um ato apartidário. Apartidário, mas contra o atual prefeito. Ainda, pude ver que estavam lá não apenas classes sociais variadas. Havia ali negros, brancos, mestiços, gays, lésbicas, esquerda, direita, centro… Muitas “ideologias” e muitos sem nenhuma. Foi o famoso “tinha de tudo”.

Em cima destas considerações, fiz algumas construções, que repasso a seguir.

Os setores médios que habitam/frequentam o centro estão revoltados com a cidade. E isso é bom. Em geral é um povo mais arejado que a típica elite “bandeirante”. Se os que estavam lá não compõem a vanguarda da esquerda, também não são o epicentro anti-tudo paulistano (aborto, gays, PT, mensalão, galhinha de cabidela etc etc). Ao que parece, os presentes reclamam mais espaços públicos. E seguem bem na linha de uma das falas do Criolo (“precisamos responsabilizar o poder público”). E espaço público, que fique claro, não é só ir à praça e andar na rua (que já são coisas raras na cidade do carro-trabalho-shopping-carro-casa). É ter, de fato, o seu direito à cidade respeitado.

Sob esse aspecto, os anos Kassab são, de longe, os maiores retrocessos sociais na administração municipal. A meu ver, são piores que Jânio, Maluf e Pitta, não só pelo descaso, mas pelo ódio simbólico que marcou a lógica das gestão. SP se tornou a cidade proibida: não pode ter artista na rua, sopão, vinagrete na feira, dormir embaixo da ponte. Ou seja: não pode ser pobre. É a política Justo Veríssimo: “o pobre que se exploda”.

Essa gestão anti-povo transbordou para os setores médios. São Paulo é hoje absolutamente inviável enquanto cidade. Para ir a um parque no centro expandido, vai-se de carro e se estaciona em local fechado. Parece-me que a inviabilidade paulistana está batendo no fundo do poço. Tão fundo que até a classe média se encheu de morar em Lagos e pagar por Londres.

Ainda, se o ato foi apartidário, a maioria dos presentes parece que votou ou votará na oposição. Ok. Muitos possivelmente estão votando por exclusão, é fato. De qualquer forma é um voto contra o modelo Auschwitz que permeia a atual administração.

Os que estavam na Roosevelt não compõem, em regra, aqueles grupos sociais que têm o real potencial de mudar a cidade. Vi uma crítica pertinente no facebook que traduz um pouco disso: “enquanto estavam preparando o ato, seis jovens foram mortos na periferia da cidade”. Ou seja: enquanto o centro reclama a periferia morre.

Entretanto, se não são nem os mais excluídos nem os mais “politizados” (em termos partidários) eles devem ser levados em conta. Até porque o ato lá era, antes de qualquer coisa, político. Não é porque estão em situação melhor do que a zona sul que os presentes não devem ter o direito à cidade.

Em suma, o que se viu foi um grito. Um grito contra o ódio, contra a prisão que se tornou São Paulo. A cidade que viu a Semana de 1922 parece que se lembrou de que tem mais a oferecer ao Brasil do que só exclusão, elites reacionárias e assassinatos na periferia.

De fato, não sei para onde isso vai, mas é certamente um bom começo.

 

José Roberto de Toledo – O Estado de S.Paulo

O PMDB é o maior aliado do PT. O PMDB é o maior adversário do PT. Se conseguir explicar a um marciano como as duas frases estão corretas ao mesmo tempo, você terá entendido como funciona a política no Brasil. Talvez consiga entender até o mensalão. Quanto ao marciano, há o risco de ele sair voando para outro planeta, onde a teoria quântica se limite à física.

PMDB e PT se apoiam mutuamente em 1.225 eleições de prefeito este ano. Os petistas dão apoio a 811 peemedebistas, e recebem de volta as juras de amor do PMDB em 414 cidades. É, de longe, a maior aliança entre dois partidos. A segunda ligação mais popular, do PSDB com o PP e vice-versa, é 27% menos frequente do que a ligação petista-peemedebista. Mas a coroa dessa moeda é proporcional à cara onde se assenta.

PMDB e PT se batem diretamente por 579 prefeituras. É o confronto mais comum nestas eleições, à frente até da disputa entre os arquirrivais petistas e tucanos. Se fosse luta de MMA seria tão repetida quanto Anderson Silva versus Chael Sonnen.

Como explicar essa contradição? Que os maiores aliados sejam, ao mesmo tempo, os maiores rivais? Que possam ir da cama ao octógono com tanta naturalidade? A teoria das probabilidades explica o que a ciência política tem dificuldade de justificar.

O PMDB é, dentre todos, o partido com mais candidatos a prefeito. É uma necessidade que a sigla alimenta desde que ganhou o “P”. O PMDB alicerça sua catedral federal na base municipalista. Sem milhares de prefeitos, não elegeria quase uma centena de deputados federais, e seus cardeais não teriam o que barganhar com o presidente de plantão. O PMDB depende de prefeitos como a Igreja depende de padres. Sua força é proporcional à quantidade de paróquias.

Quem tem mais candidatos tem também maior probabilidade de ter mais adversários. E o segundo partido que mais lançou candidatos a prefeito em 2012 foi o PT. Logo, o intenso confronto PMDB X PT é uma consequência aritmética. Parece cru, mas é como as coisas funcionam nas eleições municipais brasileiras.

O PSDB é o terceiro partido em candidatos a prefeito. Seus confrontos diretos com PT (em 535 cidades) e com PMDB (522) estão, como manda a probabilística, entre os três mais frequentes. A regra se repete com impressionante proporcionalidade à medida que descemos a escada partidária: quanto menos candidatos a prefeito, menor o número de confrontos entre duas siglas. Há raras exceções em que a ideologia ou as conveniências superaram as leis da probabilidade.

A mais surpreendente é a união de PSDB e PP. Os tucanos fizeram 899 coligações com o partido de Paulo Maluf, mas só têm confrontos diretos com o PP em 165 cidades, o que demonstra uma aliança premeditada. A ironia é que, para garantir tempo de TV a Fernando Haddad em São Paulo, Lula posou para foto com Maluf, mas foram os candidatos a prefeito do PSDB que mais apoios receberam do PP malufista: 548, contra 342 candidatos petistas. O PP serviu ao PT no varejo e ao PSDB no atacado.

Quando subtraímos os confrontos das alianças, o mapa político brasileiro fica ainda mais claro. O único saldo negativo é o da relação PT X PSDB. São apenas 343 apoios recíprocos, contra 535 confrontos diretos na eleição de prefeitos. Nem sempre foi assim, mas o acirramento da disputa entre os dois partidos nas últimas cinco eleições presidenciais acabou se refletindo em conflitos crescentes e alianças cadentes na política local.

O saldo de apoios também prova que a mais forte relação eleitoral, entre todos os partidos, é a do DEM com o PSDB: têm proporcionalmente menos confrontos (157) e mais coligações (911) nas disputas por prefeituras. É uma relação quase subalterna, na qual o DEM dá mais do que o dobro de apoios do que recebe dos tucanos. Sinal de que uma eventual fusão das duas siglas teria poucos empecilhos na base partidária.

Outra regra emerge dos números de embates e coligações: quanto mais candidatos a prefeito têm um partido, menos apoios ele dá e mais ele recebe das demais legendas. O PMDB supera todos os demais em apoios, o PT supera todos menos o PMDB, o PSDB supera todos menos PT e PMDB, e assim vai. É a prova de que quem tem mais pode mais – e de que os partidos políticos brasileiros fazem de tudo entre si, só não dão beijo na boca.

Campanha do PT usa bandeiras e infringe lei em Ribeirão Preto (SP)

JOÃO ALBERTO PEDRINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A campanha de João Gandini (PT), candidato a prefeito de Ribeirão Preto (313 km de SP), começou no último sábado com uma caminhada no centro e uma irregularidade. Cabos eleitorais empunhavam bandeiras, o que é proibido por uma lei municipal.

A cidade de Ribeirão tem regras mais rígidas nestas eleições. Decisão anunciada por juízes eleitorais a representantes de partidos no início deste mês limita a propaganda eleitoral no município.

Edson Silva/Folhapress
O candidato a prefeito de Ribeirão pelo PT, João Gandini, em campanha com militantes com bandeiras
O candidato a prefeito de Ribeirão pelo PT, João Gandini, em campanha com militantes com bandeiras

Além de bandeiras, há proibição de utilizar placas, cartazes, cavaletes, banners, adesivos e adereços usados tradicionalmente para divulgar nomes e números de candidatos.

De acordo com o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 305ª zona eleitoral de Ribeirão, a Justiça Eleitoral fez um estudo para definir se uma lei municipal sancionada em junho seria válida. E ficou definido que sim.

As proibições foram somadas a uma lei de 2008 que já previa a proibição da utilização de muros para a propaganda eleitoral.

OUTRO LADO
A coordenação da campanha de Gandini alegou que havia proibição apenas de bandeiras expondo o nome dos candidatos. “Nosso jurídico analisou a lei e constatou que bandeira com o símbolo do partido, pode”, disse Renato Faleiros, coordenador de marketing.

O PT informou também que, juntamente com outros partidos, estuda a possibilidade de ingressar com uma ação na Justiça contra as proibições e que a lei municipal favorece a atual prefeita, Dárcy Vera (PSD), porque os outros candidatos “vão aparecer menos.”

Neste domingo, a Folha tentou falar com o juiz Souza Neto, mas não conseguiu.

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DN Online – Diário de Natal On-line

 

A atriz Juliana Paes terá de colocar pelos pubianos para uma cena de nu frontal de sua personagem Gabriela, na novela das 23h da TV Globo (TV Globo/Estevam Avellar)
A atriz Juliana Paes terá de colocar pelos pubianos para uma cena de nu frontal de sua personagem Gabriela, na novela das 23h da TV Globo

A atriz Juliana Paes terá de colocar pelos pubianos para uma cena de nu frontal de sua personagem Gabriela, na novela das 23h inspirada na obra de Jorge Amado.

A decisão foi tomada depois que críticos de TV e o público nas redes sociais perceberam que a Gabriela de Ju Paes era muito “limpinha”, sem pelos nas axilas e com dentes muito brancos. Isso seria um erro, já que Gabriela enfrentou uma vida muito difícil.

Juliana nunca pensou ter que passar por essa situação, já que fez depilação a laser nas axilas e na virilha justamente para não se preocupar mais com os pelos.

Em comissão da Câmara, parlamentares dos setores esvaziaram reunião

BRASÍLIA – Uma inusitada parceria entre o lobby da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e parlamentares católicos e evangélicos impediu nesta quarta-feira a aprovação de projeto que cria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), recurso que seria destinado exclusivamente para a saúde. Essa união de forças se deu na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. O autor do pedido de verificação de quórum na comissão, uma manobra para impedir aprovação de projetos, foi do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), médico que se apresenta como defensor da saúde. Desde o início da sessão, assessores da CNI e de deputados evangélicos negociaram boicotar a reunião.

O interesse dos religiosos era evitar, mais uma vez, um projeto que tramita há anos no Congresso e que cria direitos previdenciários para dependentes de homossexuais. Este nem chegou a ser apreciado. E o da bancada da CNI era impedir a votação do projeto que taxa as grandes fortunas. E conseguiram. Parlamentares desses dois grupos esvaziaram a sessão. O projeto que taxa as grandes fortunas tem como autor o deputado Doutor Aluizio Júnior (PV-RJ). Pela proposta, são criadas nove faixas de contribuição a partir de acúmulo de patrimônio de R$ 4 milhões e a última faixa é de acima de R$ 115 milhões. O projeto atinge 38 mil brasileiros, com patrimônios que variam nessas faixas.

– São R$ 14 bilhões a mais para a saúde por ano. Desse total, R$ 10 bilhões viriam de 600 pessoas, mais afortunadas do país. Vamos insistir com o projeto – disse Aluizio Júnior.

A relatora do projeto foi a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que deu parecer favorável. O projeto das grandes fortunas chegou a ser votado e 14 parlamentares votaram sim e três, não. Foi nesse momento que Perondi pediu a verificação de quórum e eram precisos 19 votantes ao todo. E tinham 17. Faltaram apenas dois para a matéria ser considerada aprovada.

Quando começou a votação, parlamentares do PSDB e do DEM deixaram o plenário. O deputado Doutor Paulo César (PSD-RJ) fez um parecer contrário ao de Jandira e argumentou que taxar grandes fortunas iria espantar os investimentos e empresários levariam dinheiro para fora do país. Mas a derrota, no final, pode ser atribuída a dois parlamentares evangélicos. Um deles, Pastor Eurico (PSB-PE) chegou a fazer um discurso a favor da taxação das grandes fortunas e afirmou até que a Câmara está cheio de lobbies de interesses. Chegou a ser aplaudido, mas, na hora de votar, atendeu ao apelo da parceria CNI-religiosos, e deixou o plenário. Nem sequer votou. Outro deputado, Marco Feliciano (PSC-SP), defensor dos interesses religiosos deixou o plenário quando se inicia a votação.

O advogado Paulo Fernando Melo, um assessor das bancadas religiosas e que atuou na parceria com a CNI, comemorou o resultado.

– Tinham duas matérias polêmicas na pauta (pensão para gays e taxação de grandes fortunas). No final, a articulação desses dois setores, que é regimental, deu certo e os dois lados saíram vitoriosos – disse Paulo Fernando.

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Só faltou o Dantas e o Cachoeira! Algum blogueiro desocupado pesquisou notícias no site do Tribunal de Justiça de Goiás e encontrou a pérola abaixo reproduzida. A notícia é de 05/10/2010. É de emocionar:

Por propositura do desembargador Paulo Teles, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), com aprovação da maioria dos membros da Corte Especial, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres foram homenageados na noite desta segunda-feira (04/10) com a medalha do Colar do Mérito Judiciário. “Esta é a maior honraria entregue pelo Tribunal goiano e faz justiça à vida de dedicação destes dois homens ilustres, pelo exemplo de vida e trabalho em defesa do Direito e pela manutenção da ordem democrática”, justificou Paulo Teles. “São verdadeiros brasileiros; de corpo, alma e coração”,completou.

“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons. Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons. Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda. Porém, há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis”, afirmou o desembargador José Lenar, citando Bertold Brecht, ao fazer a saudação ao senador Demóstenes Torres. “Encontrei em Demóstenes Torres exemplo inesgotável de dignidade, de trabalho e de amizade. Sua vida pessoal e profissional é emoldurada de sucesso e grandes conquistas, sendo este momento de engrandecimento para esta Corte e para o Estado de Goiás”, disse Lenar.

Ao receber o Colar do Mérito do Judiciário, Demóstenes Torres disse estar emocionado e lembrou sua experiência no Tribunal goiano, então como Procurador de Justiça. “Minha convivência com esta Casa sempre foi positiva, aqui fiz diversos amigos. Tenho o maior respeito por seus membros, assim como tenho pelo Poder Judiciário, o qual não me privo de defender em minha atuação no Senado”, frisou Demóstenes. O senador lembrou ainda que a honraria ocorre justamente um dia após confirmar sua reeleição. “Este momento é ímpar em minha vida. Já recebi muitas homenagens, mas esta, por certo, é a mais tocante. E agradeço a Deus por me dar forças para trabalhar; a Paulo Teles, pela honra concedida; ao meu amigo e professor José Lenar, pelas palavras de carinho, e ao povo goiano, pela confiança mais uma vez depositada”.

“É com muita honra e alegria que recebo essa marcante e fidalga homenagem do Tribunal de Justiça de Goiás”, disse Gilmar Mendes. “Tenho uma relação fraterna para com este Estado, desenvolvida ao longo de muitos anos de convivência, e um grande respeito por todos os membros desta Casa”. O ministro do Supremo agradeceu de forma enfática à Corte Especial, especialmente ao presidente do TJGO, e disse que o Colar do Mérito traduz o reconhecimento do esforço empreendido na consolidação do Estado de Direito e na defesa das prerrogativas e da independência do Poder Judiciário.

Cap. Virgulino Ferreira da Silva

Antecipamos que as informações divulgadas pelo Josias de Souza no uol não foram checadas diretamente por nos. Assim, as republicamos pela peculiaridade das opiniões expressadas, por ele, ou através dele.

Ligado ao PIG, Falha de São Paulo, Josias é membro atuante daquela parcela da mídia à serviço de setores bastante  conhecidos, que busca encontrar/fabricar crises na base governamental e minimizar problemas existentes nas forças conservadoras. Não que aqui pretendamos um libelo acusatório pessoal ao Josias, pelo contrário. Mas ele pertence a uma estrutura, e sobrevive nela.

Fico aqui imaginando quais setores da coalização governamental ele procura repercutir…

 

Pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta (4) informa: em meio à crise econômica e às turbulências no Congresso, a popularidade de Dilma Rousseff atingiu o patamar mais alto desde a posse: 77% de aprovação. Há três meses, o índice era de 72%.

Dilma supera os índices colecionados pelos antecessores na mesma época de seus respectivos mandatos. Fernando Henrique Cardoso obtivera aprovação de 57%. Lula somara 60%.

Festejados no Planalto, os dados foram recebidos com apreensão no Congresso. Aliados da presidente consideram-se usados por ela. Em privado, queixam-se de que Dilma joga para a plateia fabricando crises com os partidos que a apoiam.

Feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, a sondagem escora-se em dados recolhidos em 142 municípios entre os dias 16 e 19 de março. Depois, portanto da turbulência que resultou na troca dos líderes do governo no Congresso.

Uma semana depois amargar sua maior derrota no Senado, Dilma foi às lanças. Trocou o líder Romero Jucá (PMDB-RR) por Eduardo Braga (PMDB-AM). Na Câmara, substituiu Cândido Vaccarezza (PT-SP) por Arlindo Chinaglia (PT-SP).

As mudanças eletrificaram o condomínio governista. Dilma deu de ombors. A julgar pelo Ibope, a aparente dureza de Dilma agradou ao meio-fio. A aprovação da presidente descolou-se da imagem do governo dela.

A taxa de aprovação do governo manteve-se em 56%, o mesmo índice registrado na pesquisa anterior, feita em dezembro –21 pontos percentuais abaixo do índice positivo atribuído a Dilma.

Um indício de que as sucessivas trocas de ministros e a aspereza de Dilma no trato com os aliados potencializa a admiração que a grossa maioria da sociedade lhe devota. Paradoxalmente, os aliados lamentam.

Um detalhe aguça a preocupação dos apoiadores de Dilma. Além de se considerarem “usados”, os sócios políticos do governo avaliam que a presidente administra sua popularidade com avareza.

Sob a condição do anonimato, uma liderança do PMDB resumiu assim a cena: “Ela não divide o prestígio pessoal com ninguém. Age como se a aprovação fosse só dela, como se ninguém tivesse ajudado, como se os partidos não tivessem aprovado todos os projetos que o governo considerou estratégicos.”

Um líder do PT ecoa o sentimento: “Na eleição municipal de 2008, todo político queria grudar na imagem de Lula. Ele compartilhava a popularidade de que desfrutava. A Dilma é refratária. Não tira nem foto. Avisa que não vai aos palanques. Esse comportamento estimula disputas entre aliados. Em 2012, é cada um para si.”

O miolo da pesquisa contém dados que ajudam a explicar o porquê de a avaliação de Dilma ser mais vistosa do que a aprovação do governo dela. Enquanto a presidente é festejada pelo estilo, a administração é reprovada pelo método.

A maioria dos entrevistados desaprovou a voracidade com que o governo coleta impostos (65%) e torceu o nariz para a taxa de juros (55%). O desempenho do governo na área da saúde também foi reprovado pela maioria (63%).

Na outra ponta, atribuíram-se menções positivas à política do governo de combate à fome e à pobreza (aprovação de 59%) e à atuação no setor de meio ambiente e no combate ao desemprego (53% de aprovação cada um).

A despeito do nariz torcido dos aliados, que enxergam diferenças de estilo entre Dilma e Lula, a maioria dos brasileiros enxerga na dupla apenas semelhanças. Nada menos que 60% dos entrevistados acham que o governo da pupila é “igual” ao do patrono.

Significa dizer que Dilma, em alguma medida, continua se servindo da popularidade do antecessor. Os aliados podem se queixar. Mas esse cenário não muda enquanto perdurar a sensação de que a crise financeira internacional não provocou no Brasil reflexos capazes de modificar os humores da plateia.

Congresso em Foco

“Os Heróis de uma época devem ser reconhecidos como aqueles que souberam ver com clareza: seus feitos e palavras são os melhores do seu tempo”


POR MÁRCIA DENSER

Relendo Rumo à Estação Finlândia, o famoso livro de Edmund Wilson que, em linhas gerais e acompanhando cronologicamente a trajetória de algumas personagens históricas, traça o histórico dos movimentos comunistas no mundo entre os séculos 18 e 20, releitura que, aliás, recomendo vivamente para todos, e principalmente aqueles (que já são legião) que estão perdendo o sentido de “histórico”, de “humano” e, sobretudo, a combinação de ambos, quer dizer, que sejamos a “Humanidade vivendo na História”.

Segundo Wilson, o mais importante que Marx, Engels e seus contemporâneos extraíram da filosofia de Hegel foi o conceito de “transformação histórica”: para este, as grandes figuras revolucionárias da História não eram apenas indivíduos extraordinários, mas agentes através dos quais as forças das sociedade em que eles se inseriam realizavam seus propósitos inconscientes. A exemplo de Júlio César, que lutou, derrotou rivais e destruiu a constituição de Roma, visando à conquista da supremacia, mas o que o torna importante para o mundo é o fato de que ele estava fazendo o que era necessário para unificar o Império Romano, ou seja, impondo um regime autocrático, a única solução possível, em nível histórico.

Não foi apenas o seu – de Julio Cesar – interesse pessoal e, sim, um impulso inconsciente, que ensejou a realização daquilo cujo momento havia chegado. Assim são todos os grandes homens da história – cujos objetivos pessoais envolvem as grandes questões, através das quais se manifesta a vontade do Espírito do Mundo. Eles podem ser chamados de Heróis, na medida em que seus objetivos e sua vocação derivam não do curso regular e tranquilo dos eventos, sancionado pela ordem vigente, e sim de uma fonte oculta – que não atingiu ainda a existência fenomenal, presente – aquele Espírito interior e coletivo, ainda oculto sob a superfície, o qual, invadindo o mundo exterior, qual uma casca que se irrompe, quebrando-o em mil pedaços, porque é um núcleo diferente daquele que pertencia à casca em questão.

Tais indivíduos não tinham consciência da Idéia Geral que estavam manifestando no momento em que promoviam seus objetivos pessoais, eram homens práticos, políticos. Porém, eram homens de pensamento, de idéias, que tinham uma visão das exigências do seu tempo – do que estava maduro para se desenvolver. Era esta a própria Verdade de sua época, de seu mundo, já formada no útero do tempo.

Portanto, os Heróis de uma época devem ser reconhecidos como aqueles que souberam ver com clareza: seus feitos e palavras são os melhores do seu tempo. Foi com eles que os outros aprenderam e aprovaram sua prática. Pois o Espírito, que deu esse novo passo na história, é a alma mais recôndita de todos os indivíduos, porém vive num estado de inconsciência do qual só é despertado pelos grandes homens. Esses líderes da alma são seguidos por seus companheiros, que sentem o poder irresistível dum Espírito Encarnado.

O fato é que Marx e Engels combinaram as metas dos utópicos com o processo hegeliano de desenvolvimento orgânico. Influenciado por tais idéias, em dezembro de 1943, Marx assim descreveu o proletariado alemão como o detentor do processo de emancipação na Alemanha:

“Uma classe radicalmente acorrentada, uma das classes da sociedade burguesa e que a ela não pertence, uma ordem que causa a dissolução de toda ordem, uma esfera que tem caráter universal em virtude de seu sofrimento universal e que não se arroga nenhum direito específico, porque não é vítima de nenhuma injustiça específica e sim da injustiça total, que não pode mais invocar um direito histórico e sim apenas um direito humano, que não se coloca em um antagonismo unilateral e sim em um antagonismo absoluto em relação a seus pressupostos – uma esfera, enfim, que não pode se emancipar sem libertar-se de todas as outras esferas da sociedade e, ao fazê-lo, libertar todas essas esferas elas próprias; que, em resumo, como representa a total destituição da própria humanidade, só pode se redimir através da redenção da toda a humanidade.”

Relendo tais palavras, é completamente impossível manter-se indiferente.

E à consciência agoniada de que elas estariam descrevendo a sociedade atual, – pior! – 99% da Humanidade em 2012.

SOBRE O AUTOR

Márcia Denser

* A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango fantasma (1977), O animal dos motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora/Tango Fantasma(Global,1986, Ateliê, 2003,2010, 2a.edição), A ponte das estrelas (Best-Seller,1990), Caim(Record, 2006), Toda prosa II – obra escolhida (Record, 2008). É traduzida em nove países e em dez línguas: Alemanha, Argentina, Angola, Bulgária, Estados Unidos, Espanha (catalão e galaico-português),Holanda, Hungria e Suíça. Dois de seus contos – “O vampiro da Alameda Casabranca” e “Hell’s Angel” – foram incluídos nos Cem melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi, sendo que “Hell’s Angel” está também entre os Cem melhores contos eróticos universais. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura e jornalista. Foi curadora de literatura da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.

Outros textos de Márcia Denser.
Publicado originalmente por ronaldo – livreiro