Arquivo de 04/09/2010

Reproduzimos (com asco) o texto do Site namarianews na certeza da importância da questão tratada e do conteúdo, que nos envergonha como cidadãos e nos aumenta a determinação para lutar por mudanças. Boa leitura.
Cap. Virgulino Ferreira da Silva

No dia 16 de julho de 2010, o Secretário de Educação de São Paulo, Sr. Paulo Renato Costa Souza, mandou a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) assinar o seguinte negócio (publicado em 21/julho no DO):

Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/o-toma-la-da-ca-da-educacao-de-sp.html#ixzz0yby9QPYq
Contrato: 15/00062/10/04
– Empresa: Empresa de Publicidade Rio Preto Ltda.
– Objeto: Aquisição pela FDE de 200 assinaturas anuais do Jornal “Diário da Região” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de São José do Rio Preto, do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura
– Prazo: 365 dias
Valor: R$ 65.160,00

Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/o-toma-la-da-ca-da-educacao-de-sp.html#ixzz0ybxv0lAfNo mesmo jornal Diário da Região, em 25 de agosto passado, aparece a matéria Aloysio e o desafio de se tornar conhecido, cuja imagem grandiosa – pedindo votos ao seu genuíno latifundiário filho da terra – pode ser vista abaixo:

Para ler tudo na íntegra e conhecer melhor o candidato ao Senado Aloysio Nunes Ferreira Filho (como pede José Serra), recorra à página 6A (e/ou a estes links também caso queira confirmar a façanha). Por outro lado, lamentamos não saber informar se tal “santinho” do candidato está nos conformes da legalidade eleitoral.

Para o bom entendedor, uma assinatura basta

Há que ser justo neste vale de lágrimas. Há que se publicar as outras compras de mesma natureza feitas até o momento, pelo Secretário Paulo Renato de Souza, que servirão como incremento pedagógico nas escolas paulistas. Todas sem necessidade de licitação, é óbvio. Sempre visando facilitar a sua vida, ao final a soma dos valores parciais das aventuras. Vamos lá.

  • 22/junho/2010
    Contrato: 15/00060/10/04
    – Empresa: VS Publicidade Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 196 (cento e noventa e seis) Assinaturas do Jornal “Diário da Região” de Osasco, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Osasco do Estado de São Paulo.
    -Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 49.000,00
    -Data de Assinatura: 01-06-2010

    Contrato: 15/00068/10/04
    – Empresa: Empresa Jornalística Tribuna Araraquara Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 50 (cinquenta) Assinaturas do Jornal “Tribuna Impressa” de Araraquara, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Araraquara do Estado de São Paulo.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 16.140,00
    – Data de Assinatura: 10-06-2010.

    Contrato: 15/00071/10/04
    – Empresa: Fundação Ubaldino do Amaral
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 176 (cento e setenta e seis) Assinaturas do Jornal “Cruzeiro do Sul” de Sorocaba, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Sorocaba do Estado de São Paulo.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 50.160,00
    – Data de Assinatura: 11-06-2010

    Contrato: 15/00067/10/04
    – Empresa: a Tribuna de Santos Jornal e Editora Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 142 (cento e quarenta e duas) Assinaturas do Jornal “A Tribuna” de Santos, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Santos do Estado de São Paulo. – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 51.120,00
    – Data de Assinatura: 18-06-2010.

    Contrato: 15/00069/10/04
    – Empresa: Lauda Editora Consultorias e Comunicações Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 139 (cento e trinta e nove) Assinaturas do Jornal “Jornal de Jundiaí Regional”, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Jundiaí do Estado de São Paulo.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 45.314,00
    -Data de Assinatura: 18-06-2010.

    Contrato: 15/00120/10/04
    – Empresa: Jornal da Cidade de Bauru Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 156 (cento e cinquenta e seis) Assinaturas do Jornal “Jornal da Cidade” de Baurú, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Baurú do Estado de São Paulo.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 46.761,00
    -Data de Assinatura: 18-06-2010.

  • 25/junho/2010
    Contrato: 15/00070/10/04
    – Empresa: Editora Folha da Região de Araçatuba Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE, de 113 (cento e treze) assinaturas anuais do Jornal “Folha da Região” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região da Araçatuba do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 28.589,00
    – Data de Assinatura: 23-06-2010.

    Contrato: 15/00078/10/04
    – Empresa: Empresa Editora o Liberal Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE, de 135 (cento e trinta e cinco) assinaturas anuais do Jornal “O Liberal” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de Americana do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 29.646,00
    – Data de Assinatura: 23-06-2010.

    Contrato: 15/00063/10/04
    – Empresa: Valebravo Editorial S.A.
    – Objeto: Aquisição pela FDE, de 280 (duzentos e oitenta) assinaturas anuais do Jornal “O Vale” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de São José dos Campos do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 77.280,00
    – Data de Assinatura: 23-06-2010.

  • 23/julho/2010
    Contrato: 15/00079/10/04
    – Empresa: Jornal de Piracicaba Editora Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 53 (cinquenta e três) assinaturas anuais do jornal “Jornal de Piracicaba” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Piracicaba” do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 12.455,00
    – Data de Assinatura: 15/07/2010

    Contrato: 15/00077/10/04
    – Empresa: Empresa Francana Editora de Jornais e Revistas Ltda.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 82 (oitenta e duas) assinaturas anuais do Jornal “Comércio de Franca” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Franca” no Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 21.976,00
    – Data de Assinatura: 21/07/2010

    Contrato: 15/00065/10/04
    – Empresa: Empresa Jornalística Orestes Lopes de Camargo S.A
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 159 (cento e cinquenta e nove) assinaturas anuais do Jornal “A Cidade” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Ribeirão Preto” do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 56.604,00
    – Data de Assinatura: 22/07/2010.

Um ninho amigo para os amigos

Além de comprar de tudo em todo Estado de SP, não faltaram negócios com a grande imprensa. Já mostradas neste humílimo blog, entidades como Estadão, Folha, Veja etc., foram gentilmente agraciadas, de novo, pelo desvairado pacotaço e permanecerão nas escolas públicas por mais um ano (compare quantidades e valores de 2009). Alvíssaras!

A pergunta que fica é por que a Carta Capital nunca, jamais, em tempo algum mereceu as mesmas benesses do Estado? Estranho, né não?
Outra: quem mais se beneficia com tais “ações pedagógicas”?

Olha só que meiguice:

  • 27/maio/2010 (também publicado em 26/maio)
    Contrato: 15/00548/10/04
    – Empresa: Editora Brasil 21 Ltda.
    – Objeto: Aquisição de 5.200 Assinaturas da “Revista Isto É” – 52 Edições – destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 1.203.280,00
    – Data de Assinatura: 18/05/2010.
  • 28/maio/2010
    Contrato: 15/00545/10/04
    – Empresa: S/A. O ESTADO DE SÃO PAULO
    – Objeto: Aquisição de 5.200 assinatura do Jornal “o Estado de São Paulo” destinado as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – Projeto Sala de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 2.568.800,00
    – Data de Assinatura: 18/05/2010.
  • 29/maio/2010
    Contrato: 15/00547/10/04
    – Empresa: Editora Abril S/A
    – Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas da Revista “VEJA” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São de Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 1.202.968,00
    – Data de Assinatura: 20/05/2010.
  • 8/junho/2010
    Contrato: 15/00550/10/04
    – Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo” para as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
    – Prazo: 365 dias
    – Valor: R$ 2.581.280,00
    – Data de Assinatura: 18-05-2010.
  • 11/junho/2010
    Contrato: 15/00546/10/04
    – Empresa: Editora Globo S/A.
    – Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas da Revista Época” – 43 Edições, destinados as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
    – Prazo: 305 dias
    Valor R$ 1.202.968,00
    – Data de Assinatura: 20/05/2010.

TOTAL PARCIAL DE COMPRAS DA IMPRENSA PELA FDE (pré-eleições):

  • Jornais regionais = R$ 550.205,00
  • Os de sempre = R$ 8.759.296,00
    • R$ 9.309.501,00

Em tempo¹ – Apesar de tantos e tão variados esforços descomunais com o dinheiro público, o candidato-(ex)guerrilheiro, hoje um homem de bens, Aloysio Nunes não está nem entre os seis primeiros colocados; pelo que tudo indica, não vai decolar nesta encarnação. O mesmo para José Serra, que fica a cada dia, por tudo e com tudo, mais por baixo que oritimbó de ofídio. Desesperación total.
Em tempo² – A próxima pesquisa desta casa será sobre um tema muito em voga na campanha do Sr. Alckmin, aguarde.

Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/2010/09/o-toma-la-da-ca-da-educacao-de-sp.html#ixzz0ybwsvj2m

Jornal do Brasil responde a Luiz Garcia

 

JB Online

DA REDAÇÃO – Em artigo intitulado ‘JB’, publicado na edição de 3.9.2010 de O Globo, o jornalista Luiz Garcia incorpora a cômica figura formulada pelo Embaixador Roberto Campos para caracterizar integrantes da pseudo-intelectualidade brasileira – o “arrognante”, personagem que mistura arrogância com ignorância.

A soberba recém-adquirida e a confortável superficialidade de Luiz Garcia são financiadas pelas benesses do oligopólio midiático a que serve.

Nos últimos dias, grandes jornalistas, como Miriam Leitão, analisaram profundamente a trajetória do Jornal do Brasil na TV Globo e no Globo. Outros, em vez de examinar a dinâmica tecnológica que fez o JB tornar-se o primeiro 100% digital do País, optaram por rememorar com nostalgia o JB dos anos 1950, 60 e 70.

Garcia, no entanto, em vez de analisar a evolução de técnicas e costumes, arroga-se ministrar lições de moral. O acidental professor de ética ensina: “o negócio do jornalismo tem uma característica rara e vital: é negócio, mas também é serviço público”. Como se essa característica não estivesse também presente em empresas de alimentação, remédios, hospitais, transportes, águas urbanas ou mesmo a padaria da esquina.

Que deve achar Luiz Garcia do (des)serviço público prestado à reconstrução democrática no país pela empresa a que fisiologicamente se ligou?

Talvez Garcia considere a mão que o alimenta, e a que agora Garcia retribui avassalado, o exemplo mais perfeito de ética jornalística e concorrencial. Ora, alguém com honestidade intelectual e mínimo conhecimento da história recente do País pode achar que a Globo ou O Globo são esses campeões da moral?

Os brasileiros não esquecem episódios desastrosos protagonizados pela empresa que sustenta Luiz Garcia. Nos anos 60 e 70, publicações como o Jornal do Brasil resistiram com altivez aos senhores da noite. Já O Globo cumpriu ordens obedientemente, às vezes com animação. Tornou-se o jornal preferido do governo autoritário.

O jornal de Luiz Garcia estampava em editorial no fatídico 1o. de abril de 1964, primeiro dia da implantação da Ditadura: “Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“. Não surpreende se um Editorial como esse tenha sido escrito por Luiz Garcia.

Pretenso professor de moral, Luiz Garcia defende em seu artigo: “O jornal exerce o comércio de vender espaço para anunciantes, mas tem de fazê-lo segundo normas éticas”.

A etiqueta de Garcia o faz olhar para o lado quando seu jornal pratica o dumping e pressões quase criminosas contra anunciantes. Todo o mercado publicitário brasileiro sofre com a prática do monopólio. Por ele, impõem-se veículos “globais” a agências de publicidade e clientes. O Globo, ao exercer política de “exclusividade”, pratica níveis de descontos comerciais em que, caso o cliente anuncie em outro veículo, é ameaçado de retaliação.

As agências – e todos os outros veículos de comunicação no Brasil – são vitima dessa política, assim como dos incentivos dos veículos “globais”. São as bonificações de volume, os conhecidos “BVs”, com prêmios em dinheiro – recompensa por determinados patamares de faturamento que atinjam. Espécie de aliciamento a que, constrangidas, as agências se submetem.

E pensar que Garcia, ao menos no nível do discurso, se arvora homem de supostos princípios de esquerda a que cosmeticamente abraçou em anos não muito distantes.

É um erro achar que Luiz Garcia seja alheio à “ética” concorrencial do jornal que o paga. Garcia, bastante conhecido no meio jornalístico por seu adesismo, é remunerado por uma empresa campeã do capitalismo cartorial.

E aí Garcia tem razão: de fato, o leitor não é bobo.

Título Original: Pesquisas indicam um Senado dilmista

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Está em formação uma onda governista, mas não petista, na eleição para o Senado. Nas 54 vagas em disputa, a maioria dos favoritos está alinhada à presidenciável Dilma Rousseff (PT) em detrimento do seu concorrente direto, José Serra (PSDB).

Segundo pesquisas disponíveis, há 66 candidatos em primeiro e segundo lugar na corrida pelas 54 cadeiras de senador. O Senado tem 81 cadeiras, mas 27 senadores têm ainda mandato até 2015.

Entre os 66 favoritos, 42 se declaram pró-Dilma e só 22 apoiam Serra. Quando se consideram apenas os candidatos que estão em primeiro lugar, Dilma tem 20 nomes a seu favor. Serra conta com 6.

Apesar da ampla adesão à petista, seu partido não deve fazer uma bancada muito maior em relação à atual. O PT tem no momento oito cadeiras no Senado. Em tese, pode ir a 16. Mas a direção partidária espera chegar a 12.

A contenção da onda vermelho-petista se dá por conta da estratégia adotada pelo presidente Lula. Em muitos Estados, o Planalto impôs ao PT privilegiar aliados em nome da aliança no nível federal a favor de Dilma.

O avanço comedido dos petistas não impedirá que a composição da Câmara Alta do país seja mais governista.

Há hoje uma mudança de método. Nas duas vitórias de Lula (2002 e 2006), o PMDB nunca esteve associado ao PT na largada. Agora, a maioria dos peemedebistas usa oficialmente a imagem do presidente e de Dilma em suas campanhas. A adesão se dá antes da eleição.

O PMDB deve novamente fazer a maior bancada do Senado, podendo sair dos atuais 17 e chegar até a 22 –dos quais pelo menos 16 são dilmistas assumidos.

Outros partidos com candidatos competitivos ao Senado e favoráveis a Dilma são PSB, PDT, e PR (até cinco cadeiras cada a partir de 2011). Somadas também as siglas de menor expressão, a bancada governista pró-PT pode superar 50 cadeiras.

Para alterar a Constituição são necessários três quintos dos 81 senadores –49 votos. Com 50 senadores ao seu lado, Dilma terá amplo poder.

Já a oposição, hoje quase circunscrita ao PSDB e ao DEM, terá 27 cadeiras se tudo der certo para essas duas siglas –o que parece improvável. Os tucanos têm chance de ir a 16 vagas. Os demistas, a 11. Mas a maioria dos nomes competitivos dos oposicionistas está em segundo lugar –muitas vezes perseguidos de perto por lulistas.

Apesar de faltarem 30 dias para a eleição, as previsões sobre o Senado devem ser analisadas com cautela, porque o voto para o Congresso tende a se cristalizar em cima da hora. Em 2006, Eduardo Suplicy (PT) tinha 40% ou mais em todas as pesquisas no início de setembro, e Afif Domingos (PFL, hoje DEM) estava sempre na faixa de 15% ou abaixo. No dia da eleição, o petista foi eleito com 48%, mas teve o pefelista no seu encalço com 44%

Fonte: Folha Poder

D. Demétrio Valentini

Está marcado para a Semana da Pátria um plebiscito, sobre o limite da propriedade rural no Brasil.

A própria iniciativa levanta uma porção de perguntas. Isto é bom sinal. Pois a intenção é suscitar um questionamento, em torno de um assunto de indiscutível importância, como é a questão da terra no Brasil. O ponto de partida para um país elaborar sua identidade é a sua terra. Sem terra não há país. Disciplinar o uso da terra é uma tarefa patriótica de primeira grandeza! A questão da terra tem tudo a ver com a soberania nacional, e com destinação primordial da terra, que é a de produzir alimentos para a humanidade.
O plebiscito é proposto para a Semana da Pátria. Bem intencional, mesmo! Para dizer que a questão da terra é de interesse nacional. Nisto o plebiscito, como outros já acontecidos sobre a Dívida Externa e a Alca, segue a intuição do Grito dos Excluídos, colocado em 1996 pela CNBB em seu plano de pastoral, para ser realizado em cada ano na Semana da Pátria. Dá para dizer que o plebiscito deste ano serve de gesto concreto do Grito dos Excluídos, cuja realização ainda continua acontecendo pelo Brasil afora.
Outra questão, que volta com freqüência, se refere ao envolvimento da CNBB neste plebiscito. São diversas perguntas, pedindo respostas adequadas.
– Foi a CNBB que decidiu fazer este plebiscito?
– Não, não foi a CNBB quem decidiu! Esta questão não foi colocada em votação na sua recente assembléia, diferente, por exemplo, da decisão tomada em 1996 sobre o Grito dos Excluídos. Mas uma decisão como esta, de caráter típico de exercício da cidadania, para ser válida não necessariamente precisa ser de iniciativa da CNBB.
– Então este plebiscito não tem nada a ver com a Igreja?
– Tem, sim! Pois diversas vezes e de diversas maneiras a CNBB já manifestou sua preocupação com a questão da terra, inclusive dedicando a este assunto diversas sessões de estudo em sua última assembléia. Além disto, a realização do plebiscito sobre o limite da propriedade rural consta como uma das recomendações da última Campanha da Fraternidade. Sabemos muito bem como as campanhas da fraternidade são ótima oportunidade para a Igreja participar da sociedade, propondo assuntos que merecem a atenção de todos. Como este, por exemplo, da questão da propriedade da terra, com seus múltiplos desdobramentos.
– Quem está promovendo, então, este plebiscito?
– Foi inicialmente lançado pelo Fórum Nacional da Reforma Agrária, que agrupa mais de quarenta entidades, entre as quais estão alguns organismos e pastorais da Igreja, como por exemplo a Cáritas Brasileira e a Pastoral da Terra.
– Então, é para participar deste plebiscito, ou não?
– Quando se trata de livre exercício da cidadania, dá até para perguntar a pessoas de nossa confiança o que devemos fazer. Mas cabe a cada cidadão decidir o que faz ou deixa de fazer. O plebiscito é livre, participa quem quiser, e cada um vota como quiser.
– Quais as grandes questões levantadas por este plebiscito?
– São maiores do que as perguntas que o plebiscito faz. Quase todos os países do mundo estabelecem limite para a propriedade rural . Nos Estados Unidos, por exemplo, era de 76 hectares e passou para 36. Na Índia é de 03 hectares. A proposta levantada por este plebiscito seria de estabelecer como limite 35 “módulos fiscais”, que variam de Estado para Estado, desde 05 a 110 hectares. Uma indicação clara de que a legislação sobre o limite de propriedade precisa levar em conta a grande diversidade regional, existente no Brasil em questão de tipo de terras e de seu uso racional.

As perguntas do plebiscito só levantam timidamente a questão. Ninguém precisa se assustar, achando que este plebiscito vai colocar em risco a situação fundiária no país!

 do Brasília Confidencial

Foz do Igua œ - PR    A presidenciável Dilma Rousseff, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, e centenas de sindicalistas acusaram ontem as oposições de tentarem um golpe sob a liderança do candidato tucano, José Serra, ao pedirem ao TSE a cassação do registro da candidata.  

    “A campanha do meu adversário e o partido dele estão desesperados porque, a cada dia que passa, perdem o apoio do povo brasileiro. Agora, acho que estão querendo ganhar no tapetão, mas isto não vai acontecer”, afirmou Dilma, durante entrevista em Porto Alegre.

    A candidata qualificou como “falsas, levianas e sem sustentação jurídica” as acusações que associam sua campanha aos casos de violação de sigilo fiscal. Segundo Dilma, atribuir à sua campanha fatos ocorridos em setembro de 2009 é uma tentativa “de virar a mesa da democracia”.

    “Em um processo democrático se pode até perder a eleição, mas não a dignidade. Não se pode atacar pessoas nem instituições. Ao que eu saiba, em setembro de 2009 não havia campanha e nem pré-campanha. Havia outro tipo de disputa que não tem a ver com esta campanha”, afirmou a petista em alusão à guerra travada entre os ex-governadores José Serra e Aécio Neves pela candidatura do PSDB à Presidência.

    Em Foz do Iguaçu, onde acompanhava visita do presidente Lula, o ministro Alexandre Padilha afirmou:

    “Essa tentativa da oposição ao presidente Lula tem um nome: golpe eleitoral”. E continuou:

    “Tentam impedir que, ao longo do processo eleitoral, o presidente participe desse mesmo processo. Tentam enganar a população usando a imagem de Lula. Agora, tentam impedir a nossa candidata de concorrer. Quando tentam transformar um problema da Receita num problema eleitoral, é golpe. É golpe de quem não quer mais disputar a eleição”.

    O secretário-geral do PT, deputado federal José Eduardo Cardozo (SP), também associou a ação contra Dilma ao desespero de Serra e de seus aliados.

    “É uma tentativa desesperada de enfrentar a sua condição eleitoral para tentar reverter o quadro. E aquele que é derrotado tenta ganhar no tapetão”.

    Em São Paulo, sindicalistas reunidos em evento pelas candidaturas de Dilma e de Aloízio Mercadante chamaram de “tentativa de golpe da oposição” o episódio de violação do sigilo de pessoas ligadas ao PSDB.